sexta-feira, setembro 30

Reflectir...

...é transgredir a ordem do superficial.

Bom fim de semana ( com alguma reflexão à mistura) :)

quarta-feira, setembro 28

A vida

Não é preciso consenso
nem arte,
nem beleza ou idade:
a vida é sempre dentro
e agora.
(A vida é minha
para ser ousada.)

A vida pode florescer
numa existência inteira.
Mas tem de ser procurada, tem de ser
conquistada.

Autor desconhecido.

segunda-feira, setembro 26

Foram-se...

os amores que tive
ou me tiveram:
partiram
num cortejo silencioso e iluminado.
O tempo ensinou-me
a não acreditar de mais na morte
nem desistir da vida: cultivo
alegrias num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e seus segredos.
E a esperança - que rebrilha
como pedrinhas de cor entre as raízes.

(Secreta mirada, 1997)

sábado, setembro 24

A vida

A vida é bela, nós é que às vezes damos cabo dela.

Bom fim de semana!

quinta-feira, setembro 22

A era do "fast food"

Tudo é muito curto e efémero no nível profissional, familiar e amoroso. Tudo é muito fugaz, inclusive a emoção e o sentimento, defende o sociólogo Muniz Sudré para quem a informação em excesso é como a metástase do cancro. Não se consegue concentração, tempo de reflexão.
Vivemos num tempo de empregos "part-time" e relacionamentos "fast food". Todos os mecanismos de sociabilização demorados são incómodos. Quando esses laços longos de trabalho e de afectos deixam de existir, as relações são episódicas. Tudo é muito curto e efémero, seja ao nível profissional e amoroso. Tudo é muito fugaz, inclusive a emoção e o sentimento.

Este excerto faz parte de uma entrevista dada por Sudré que me pareceu bastante interessante e que por isso resolvi partilhar convosco.
Vivemos, realmente, na era do "fast food", do descartável, do efémero...
Qual o espaço que fica então para o verdadeiro sentimento?

terça-feira, setembro 20

Pensamento do dia

"O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano."

Isaac Newton

segunda-feira, setembro 19

Precisamos...

...de aprender a lutar contra os modelos absurdos; a descobrir quem somos, do que gostamos, como gostamos de ser - como ficamos mais felizes. Isso não vem nas revistas, na televisão, nos palpites dos amigos: é íntimo, pessoal e intransmissível. Cada um precisa de o entender e construir.
A felicidade é assim: cada um, em cada dia, aceita aquela que o mercado lhe oferece...ou determina a sua."

Lya Luft, Perdas e ganhos

Não poderia estar mais de acordo.
Nós somos os construtores da nossa própria felicidade.

sexta-feira, setembro 16

Crepúsculo

É quando um espelho, no quarto,
se enfastia;
quando a noite se destaca
da cortina;
quando a carne tem o travo
da saliva,
e a saliva sabe a carne
dissolvida;
quando a força de vontade
ressuscita;
quando o pé sobre o sapato
se equilibra...
É quando às sete da tarde
morre o dia
-que dentro de nossas almas
se ilumina,
com luz lívida, a palavra
despedida.

David Mourão-Ferreira, Crepúsculo

Aqui vos deixo este poema (de um dos meus poetas favoritos, como sabem) com os votos de um óptimo fim de semana.

quinta-feira, setembro 15

Em lugar de mais Inglês por que não mais trapézio?

"Se a ministra da Educação aceitasse a ideia, talvez se pudessem substituir longos e enfadonhos prolongamentos, em que se serve mais do mesmo, sem que se aumentem conhecimentos, se ganhe auto-estima ou se desenvolvam neurónios, por umas lições de trapézio voador. Por mim, voto nisso"

Isabel Stilwell, NM

Eu também! Hoje uma aluna cantarolava -"I believe I can fly, I believe I can touch the sky". Ao ouvi-la, lembrei-me deste pequeno texto.
Quantas vezes nós professores deixamos de estimular a fantasia e a criatividade dos alunos em função de programas rígidos e muitas vezes totalmente desfasados do seu universo?
Como se podem eles sentir motivados? Como nos podemos nós sentir motivados sentindo neles tamanha desmotivação?
Deparo-me sempre com estes constrangimentos no início de cada ano lectivo e o que me assusta é que não vejo perspectivas de as coisas melhorarem nos tempos mais próximos; pelo contrário, vejo um aumento de trabalho burocrático e de infindáveis reuniões para se discutir o "sexo dos anjos".
E é este o panorama do ensino em Portugal...

terça-feira, setembro 13

Pudesse eu

Hoje deixo-vos um poema de que gosto bastante.

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!

Sophia de Mello Breyner

segunda-feira, setembro 12

Os livros

"As pessoas que elogiam a leitura invocam todo o tipo de vantagens. No entanto, tirando a vantagem estética, a leitura de livros não tem nenhuma utilidade especial. É mesmo uma actividade eminentemente e gloriosamente inútil. Imaginar que a cultura nos torna moralmente melhores é um erro trágico. As pessoas que lêem não se distinguem das outras pela virtude.Digamos que a literatura serve para tornar mais complexa e subtil a nossa percepção do mundo. Mas isso é uma experiência individual, contingente, imprevisível. E que não nos deve levar a supor que as pessoas letradas são melhores pessoas.
Mais importante: a literatura não traz felicidade. Há um certo conforto na literatura, mas a literatura problematiza, questiona, traz angústias suplementares às nossas angústias naturais".

Excerto de um texto publicado na GR de sábado passado.

O que têm a dizer sobre ele?

sexta-feira, setembro 9

LEGENDA

Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas

Só necessito que tu existas

David Mourão-Ferreira

Aqui vos deixo um pequeno poema dum dos meus poetas favoritos.
Bom fim de semana.

quinta-feira, setembro 8

É melhor pensar duas vezes...antes de falar.:)

Após uma discussão ao pequeno almoço o marido sai para o trabalho e grita para a mulher: " E fica sabendo, nem na cama tu és boa!!!"
Passado algum tempo, arrepende-se e liga para casa para pedir desculpas.
A mulher demora a atender.
-" Por que é que demoraste tanto a atender?"
-" Eu? Estava na cama" - responde ela.
-"Na cama, a fazer o quê a esta hora?"
-"A ouvir uma segunda opinião..."

Ora digam lá: ela não fez o que devia?!

Não quero.

"Não quero que a morte me apanhe a dormir. Quero vê-la chegar"
Luiz Pacheco

Quantos de nós teremos coragem de dizer isto?

terça-feira, setembro 6

Hoje...

...uma provocaçãozita aos meus amigos do sexo masculino.

"Whatever women do, they must do twice as well as men to be thought half as good.
Luckily this is not difficult".
Charlotte Whitton

segunda-feira, setembro 5

Dá que pensar.

Ainda em 2003, a OMS denunciava que se bebe cada vez mais cedo, cada vez mais e seguindo padrões de cada vez mais alto risco. Os jovens portugueses não hesitaram em aderir aos novos costumes dos seus congéneres europeus.
Nas Queimas das Fitas, nas noites de Verão, nas saídas ao fim-de-semana, cada vez mais jovens parecem precisar de um elixir que os transforme noutros, que certamente acreditam ser melhores do que aqueles que são quando andam fardados de si mesmos.
Mas se é assim, se os nossos miúdos já bebem para "esquecer", e cada vez mais, onde andamos com a cabeça?
Não posso deixar de me angustiar perante a aparente incapacidade dos nossos miúdos de autoproduzirem as endorfinas e os "speeds" internos, para que se apaixonem pela vida e pelos outros, sem precisar de atirar pelas goelas abaixo um líquido qualquer. Será que não os ensinámos a encontrar nos outros, nas histórias dos outros, nos olhos dos outros, na música dos outros, estímulo necessário para que a vida em estado sóbrio valha a pena?

Isabel Stilwell,NM

Digam lá se não dá que pensar?!

sexta-feira, setembro 2

Rita...

... olhava para o desenho e não entendia como tinha sido possível a mãe não gostar dele. Estava lá tudo: a árvore cheia de folhas, o rouxinol a cantar em cima dos ramos e a mãe em baixo, com o saco de compras a chegar do supermercado. Estava tão bonita a mãe naquele desenho!
Mas a mãe olhara para o desenho e dissera apenas:
"Que riscos são esses? Se fosses fazer os trabalhos de casa em vez de perderes tempo com essas porcarias..."

Às vezes basta um olhar frio, palavras azedas, para o mundo ficar incompreensível. Sobretudo quando se é criança e os adultos são um país estranho.