quinta-feira, abril 26

A qualidade das pessoas

"(...) Refiro-me a uma campanha intitulada "Novas oportunidades" destinada a "dar resposta aos baixos índices de escolarização dos portugueses através da aposta na qualificação da população", coisa que é apresentada como sendo um "desígnio nacional." (....)
A ideologia que enquadra esses anúncios podia ser adoptada por qualquer pós-salazarista. Coitados dos vendedores de imprensa, coitados dos porteiros de hotel, coitados dos empregados de mesa, coitados dos funcionários do comércio ou da administração pública, coitados dos que não têm um curso.
Compreende-se a boa vontade dos responsáveis pelas "Novas oportunidades" e compreende-se o sentido geral da iniciativa. Portugal precisa de mais qualificação na formação profissional e de mais qualidade dos seus licenciados. Mas há, ali, qualquer coisa de chocante: um menosprezo das profissões banais, um desprezo das ocupações não consideradas nobres.
Como se sabe, no campo das políticas públicas, não contam apenas as intenções; contam também os métodos e as imagens geradas nesse caminho. Não se pode desvalorizar a qualidade das pessoas em nome da qualidade das profissões. Porque, no fundo, a qualidade da vida das pessoas não depende da qualidade das profissões. Depende da sua iniciativa e da sua vontade."

Excertos de um artigo de Francisco José Viegas no JN

quarta-feira, abril 18

Citação do dia

"Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo e não a ausência de medo."

Mark Twain

sexta-feira, abril 13

I'm back:)

Conselhos aos docentes

Até ao fim do 2º período, ou seja, em 121 dias de aula, foram agredidos 157 professores nas escolas portuguesas, mais de um por dia. E, no período de avaliações e notas anterior às férias da Páscoa, a média disparou para dois por dia. Os números são da Linha SOS Professor, mas a ministra continua a dizer que se trata de casos "pontuais". A culpa é, obviamente dos próprios professores, que, apesar das instruções do Ministério para que se acabe com o insucesso escolar, continuam a dar más notas. E, pior, a dar os programas. Fossem eles tão avisados como os seus colegas ingleses, que (veio agora no "Daily Mail", citando um estudo governamental) deixaram de falar do Holocausto e das Cruzadas nas aulas com medo dos alunos muçulmanos, e adaptariam os programas aos interesses dominantes de grande parte dos alunos das nossas escolas públicas: futebol e toques de telemóvel. A Matemática, o Português, a História, a Física, etc., seriam dados só em colégios privados. Para que é que um futuro desempregado precisa de saber Matemática ou Física?
Se vier mais tarde a precisar de um diploma, poderá depois obtê-lo na Universidade Independente.

Artigo de Manuel António Pina no JN

P.S. Belíssimo artigo em que num tom irónico se dizem grandes verdades.