sexta-feira, maio 30

Citações

"É sempre fácil obedecer, se se sonha comandar."

"Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos."

Jean-Paul Sartre

sexta-feira, maio 23

Poema para o fim-de-semana

Tentei fugir da mancha mais escura
que existe no teu corpo, e desisti.
Era pior que a morte o que antevi:
era a dor de ficar sem sepultura.

Bebi entre os teus flancos a loucura
de não poder viver longe de ti:
és a sombra da casa onde nasci,
és a noite que à noite me procura.

Só por dentro de ti há corredores
e em quartos interiores o cheiro a fruta
que veste de frescura a escuridão...

Só por dentro de ti rebentam flores.
Só por dentro de ti a noite escuta
o que sem voz me sai do coração.

A casa, David Mourão-Ferreira

domingo, maio 18

Quem me responde à pergunta?:)

"Para que uma escola possa funcionar pondo sobretudo em acção o espírito empreendedor e criador, é necessário que tenha liberdade para organizar os seus programas e para adoptar os processos de ensino que lhe pareçam mais convenientes; não basta para que uma escola se renove, que só um dos elementos de trabalho se modifique; é preciso que haja uma reforma conjunta de todo o ambiente, que todas as fases da tarefa se transformem ao mesmo tempo; mudar só de programas ou só de métodos ou insuflar espírito novo em organizações completamente velhas é caminhar para um desastre."

Agostinho da Silva

Estou a ler "A dimensão pedagógica e cultural de Agostinho da Silva" por Amélia Claudina dos Santos Lopes.
De lá retirei este excerto.

Surge-me uma questão: por que nos esquecemos a maior parte das vezes de escutar os grandes homens?

sábado, maio 10

Provérbio

"Depois da morte, o sábio continua vivo, embora o seu corpo esteja reduzido a cinzas. Mas o ignorante, mesmo vivo, já está morto".

Provérbio árabe.

sexta-feira, maio 2

Sem título:)

Os críticos podem dizer que determinado poema, longamente ritmado, não quer, afinal, dizer senão que o dia está bom. Mas dizer que o dia está bom é difícil, e o dia bom, ele mesmo, passa. Temos pois que conservar o dia bom em memória florida e prolixa, e assim constelar de novas flores ou de novos astros os campos ou os céus da exterioridade vazia e passageira.

Fernando Pessoa, "Livro do Desassossego"