Ainda em 2003, a OMS denunciava que se bebe cada vez mais cedo, cada vez mais e seguindo padrões de cada vez mais alto risco. Os jovens portugueses não hesitaram em aderir aos novos costumes dos seus congéneres europeus.
Nas Queimas das Fitas, nas noites de Verão, nas saídas ao fim-de-semana, cada vez mais jovens parecem precisar de um elixir que os transforme noutros, que certamente acreditam ser melhores do que aqueles que são quando andam fardados de si mesmos.
Mas se é assim, se os nossos miúdos já bebem para "esquecer", e cada vez mais, onde andamos com a cabeça?
Não posso deixar de me angustiar perante a aparente incapacidade dos nossos miúdos de autoproduzirem as endorfinas e os "speeds" internos, para que se apaixonem pela vida e pelos outros, sem precisar de atirar pelas goelas abaixo um líquido qualquer. Será que não os ensinámos a encontrar nos outros, nas histórias dos outros, nos olhos dos outros, na música dos outros, estímulo necessário para que a vida em estado sóbrio valha a pena?
Isabel Stilwell,NM
Digam lá se não dá que pensar?!