Pessimista de serviço me confesso
Por maior que seja a vontade de apagar o pessimismo, não passa um dia em que os políticos o consintam. Uma vez mais, coube à Ministra da Educação, ou à estrutura do Ministério que vai ajudando às nossas dores de cabeça, o não muito agradável ensejo de multiplicar essas horríveis cefaleias. De facto,quem logrou tomar conhecimento dos conteúdos das chamadas provas de aferição já tinha ficado assustado. Mas quem agora soube os resultados ( e viu o entusiasmo nem sequer envergonhado da ministra) tirou todas as dúvidas: este leviano caminho de facilidade que ninguém trava vai confirmar-nos, e em poucos anos, como um povo de irremediáveis analfabetos. Provavelmente, com estatísticas brilhantes, haverá títulos de doutores em abundância, o deleite dos políticos não conhecerá limites - mas os hadem e os obteu do passado vão multiplicar-se sem parança.
Aos que assim pensam, preocupados com as gerações futuras e com as suas incapacidades, chama a ministra, pessimistas de serviço. (...)
Claro que os meninos ficaram encantados. Os professores assobiaram para o ar para não parecer mal. E lá no Ministério rejubilaram com os 90% de falaciosos resultados. Como se isso fosse possível!
António Freitas Cruz in JN
Confesso-me mais uma pessimista de serviço. E, por vezes, quase que me sinto conivente com este estado de coisas por muito que me manifeste contra.
Vou também ser responsável pela (des)educação de toda uma geração de miúdos que mereciam muito mais.
Lamento, por eles, por mim e por outros como eu.
Aos que assim pensam, preocupados com as gerações futuras e com as suas incapacidades, chama a ministra, pessimistas de serviço. (...)
Claro que os meninos ficaram encantados. Os professores assobiaram para o ar para não parecer mal. E lá no Ministério rejubilaram com os 90% de falaciosos resultados. Como se isso fosse possível!
António Freitas Cruz in JN
Confesso-me mais uma pessimista de serviço. E, por vezes, quase que me sinto conivente com este estado de coisas por muito que me manifeste contra.
Vou também ser responsável pela (des)educação de toda uma geração de miúdos que mereciam muito mais.
Lamento, por eles, por mim e por outros como eu.