Ensino de minorias não suporta rigidez
" A utilização de determinados modelos e métodos no ensino das minorias étnicas pode ser inaceitável, se não adoptarmos uma estratégia que tenha em conta os diferentes contextos sócio-económicos dos alunos", defendeu ontem, Lília Bartolomé, docente da Universidade de Massachusetts.
Lília Bartolomé classificou de "questão técnica" o insucesso que marca o percurso escolar de muitos jovens provenientes de minorias étnicas.
"A metodologia é importante no processo de ensino-aprendizagem. Mas os professores não podem aceitar acriticamente determinada metodologia pedagógica sem considerar as condições sócio-culturais dos alunos marcados pelo insucesso", enfatizou.
A docente deu conta de estudos que estão a ser realizados e testados nos EUA para encontrar a estratégia de ensino mais adequada às minorias.
"Sempre na perspectiva de que os alunos provenientes dessas minorias não são objectos. E que é importante aproveitar o capital cultural que trazem do contexto em que estão socialmente inseridos".
Texto de Teresa Cardoso publicado hoje no JN
Este texto despertou-me a atenção porque como professora já me tenho deparado com problemas que aqui são mencionados. As condições sócio-culturais são importantíssimas se se pretende sucesso escolar, mas são por nós muitas vezes subvalorizadas. Já tenho tido alunos de etnia cigana e outros provenientes das ex-colónias e é importante que o professor saiba lidar com os diferentes "backgrounds" culturais que os alunos trazem.
Considero que não há tratamento mais desigual do que tratar de forma igual alunos "desiguais".
Lília Bartolomé classificou de "questão técnica" o insucesso que marca o percurso escolar de muitos jovens provenientes de minorias étnicas.
"A metodologia é importante no processo de ensino-aprendizagem. Mas os professores não podem aceitar acriticamente determinada metodologia pedagógica sem considerar as condições sócio-culturais dos alunos marcados pelo insucesso", enfatizou.
A docente deu conta de estudos que estão a ser realizados e testados nos EUA para encontrar a estratégia de ensino mais adequada às minorias.
"Sempre na perspectiva de que os alunos provenientes dessas minorias não são objectos. E que é importante aproveitar o capital cultural que trazem do contexto em que estão socialmente inseridos".
Texto de Teresa Cardoso publicado hoje no JN
Este texto despertou-me a atenção porque como professora já me tenho deparado com problemas que aqui são mencionados. As condições sócio-culturais são importantíssimas se se pretende sucesso escolar, mas são por nós muitas vezes subvalorizadas. Já tenho tido alunos de etnia cigana e outros provenientes das ex-colónias e é importante que o professor saiba lidar com os diferentes "backgrounds" culturais que os alunos trazem.
Considero que não há tratamento mais desigual do que tratar de forma igual alunos "desiguais".
4 Comments:
Andorinha,
Uma coisa que aqui noto, talvez porque a diversidade cultural, em termos quantitativos seja muito maior e também, porque 'sofrem' os efeitos de serem uma sociedade multiétnica há mais tmpo que nós, é que há um cuidado muito grande no tratamento diferenciado.
Gostei Andorinha. É bom falar destes assuntos, porque em Portugal ainda se tem que evoluir nestas coisas.
Beijocas.
andorinha
Da minha horta, aqui vão umas leituras:
A propósito do seu post, e usando as palavras de Paul Virilio (1), diria que “não podemos permitir-nos perder a relação do corpo com o mundo por causa da teletransmissão.” Hoje, “devido às tecnologias, estamos a perder, tanto o corpo próprio, em benefício do corpo espectral”, “como o mundo próprio, em benefício de um mundo virtual” e “torna-se insuportável transportar o sentimento de termos perdido a grandeza da natureza.”.
Face a esta penosa perda de mundo próprio, agravada nos países pobres mas também presente nos ricos, “a questão que se coloca, é a de encontrar o contacto”.
Contacto, que a cara andorinha parece estar em condições de sugerir à disparidade de alunos que acolhe, e que Virilio lembra existir tanto na navegação e no alpinismo, como noutras actividades físicas que exigem um regresso à física e à matéria, e que poderão dar pistas para “uma rematerialização do corpo e do mundo”.
(1) em “Cibermundo: A Política do Pior”, Teorema,2000, pp 52, 53
com amizade cibernáutica,
Esoen
O princípio constitucional da igualdade é isso mesmo, tratar igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente.
Andorinha, Portocroft, Frog, Bastet,
Bom fim de semana a todos.
Esoen
Enviar um comentário
<< Home