quinta-feira, abril 28

Ensino de minorias não suporta rigidez

" A utilização de determinados modelos e métodos no ensino das minorias étnicas pode ser inaceitável, se não adoptarmos uma estratégia que tenha em conta os diferentes contextos sócio-económicos dos alunos", defendeu ontem, Lília Bartolomé, docente da Universidade de Massachusetts.
Lília Bartolomé classificou de "questão técnica" o insucesso que marca o percurso escolar de muitos jovens provenientes de minorias étnicas.
"A metodologia é importante no processo de ensino-aprendizagem. Mas os professores não podem aceitar acriticamente determinada metodologia pedagógica sem considerar as condições sócio-culturais dos alunos marcados pelo insucesso", enfatizou.
A docente deu conta de estudos que estão a ser realizados e testados nos EUA para encontrar a estratégia de ensino mais adequada às minorias.
"Sempre na perspectiva de que os alunos provenientes dessas minorias não são objectos. E que é importante aproveitar o capital cultural que trazem do contexto em que estão socialmente inseridos".

Texto de Teresa Cardoso publicado hoje no JN

Este texto despertou-me a atenção porque como professora já me tenho deparado com problemas que aqui são mencionados. As condições sócio-culturais são importantíssimas se se pretende sucesso escolar, mas são por nós muitas vezes subvalorizadas. Já tenho tido alunos de etnia cigana e outros provenientes das ex-colónias e é importante que o professor saiba lidar com os diferentes "backgrounds" culturais que os alunos trazem.
Considero que não há tratamento mais desigual do que tratar de forma igual alunos "desiguais".

4 Comments:

Blogger PortoCroft said...

Andorinha,

Uma coisa que aqui noto, talvez porque a diversidade cultural, em termos quantitativos seja muito maior e também, porque 'sofrem' os efeitos de serem uma sociedade multiétnica há mais tmpo que nós, é que há um cuidado muito grande no tratamento diferenciado.

Gostei Andorinha. É bom falar destes assuntos, porque em Portugal ainda se tem que evoluir nestas coisas.

Beijocas.

12:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

andorinha

Da minha horta, aqui vão umas leituras:

A propósito do seu post, e usando as palavras de Paul Virilio (1), diria que “não podemos permitir-nos perder a relação do corpo com o mundo por causa da teletransmissão.” Hoje, “devido às tecnologias, estamos a perder, tanto o corpo próprio, em benefício do corpo espectral”, “como o mundo próprio, em benefício de um mundo virtual” e “torna-se insuportável transportar o sentimento de termos perdido a grandeza da natureza.”.

Face a esta penosa perda de mundo próprio, agravada nos países pobres mas também presente nos ricos, “a questão que se coloca, é a de encontrar o contacto”.

Contacto, que a cara andorinha parece estar em condições de sugerir à disparidade de alunos que acolhe, e que Virilio lembra existir tanto na navegação e no alpinismo, como noutras actividades físicas que exigem um regresso à física e à matéria, e que poderão dar pistas para “uma rematerialização do corpo e do mundo”.

(1) em “Cibermundo: A Política do Pior”, Teorema,2000, pp 52, 53

com amizade cibernáutica,
Esoen

12:25 da tarde  
Blogger Bastet said...

O princípio constitucional da igualdade é isso mesmo, tratar igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente.

5:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Andorinha, Portocroft, Frog, Bastet,

Bom fim de semana a todos.

Esoen

12:00 da tarde  

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