sexta-feira, julho 15

Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira

7 Comments:

Blogger Pamina said...

Primeirinha, outra vez!

Estamos mesmo em sintonia:) Eu adoro este poema. Tenho o livro, que saíu por volta de 1988, com a obra poética completa dele.
A propósito, leste o romance "Um amor feliz" (desculpa não pôr o itálico)? Na altura gostei imenso. Por acaso, não o tornei a reler. Se ainda não leste, põe também na lista:)
Beijinhos e bom fds.

7:31 da tarde  
Blogger andorinha said...

Pamina,
Eu diria que a nossa sintonia começa a ser total.:)
O poema é , de facto, muito belo.
Esse romance não li. Mais outro para a lista?:)
Não vou ter tempo de fazer mais nada nas férias.:)
Beijinho e óptimo fds.

11:37 da tarde  
Blogger andorinha said...

Pólux,

Obrigada pela visita e também pela sugestão de leitura.
Mais uma para as férias que estão aí a chegar.:)
Vou ler de certeza; fiquei "motivada" pelo belíssimo intróito.
Abraço.

1:09 da manhã  
Blogger Rosa said...

olá, Andorinha :)

Um belíssimo poema, sem dúvida. E junto a minha voz às restantes: tens mesmo que ler "Um amor feliz".
'jinhos

5:41 da tarde  
Blogger andorinha said...

Rosa,
Com tanta insistência :) vou msmo ler.
Beijinho.

7:50 da tarde  
Blogger Carlos de Matos said...

... lê! que vale a pena!

Xi

11:04 da tarde  
Blogger andorinha said...

solrac,
Vou ler mesmo.:)
Xi

9:06 da tarde  

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