Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro,
faz bem só pensar em ver
seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(se ela estivesse deitada)
dois montinhos que amanhecem
sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
assenta em palmo espalhado
sobre a saliência do flanco
do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gnomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Fernando Pessoa
É alta, de um louro escuro,
faz bem só pensar em ver
seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(se ela estivesse deitada)
dois montinhos que amanhecem
sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
assenta em palmo espalhado
sobre a saliência do flanco
do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gnomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Fernando Pessoa
4 Comments:
Quando leio estes poemas de FP, penso que ele não tinha experiência com mulheres, ou então era ingénuo:)
beijos
não tem nada a ver, mas lembra-me um poema de Manuel da Fonseca que não consigo encontrar e se chama Maria Campaniça. Só me lembro do fim e nem sei se ainda tenho o livro:
..."ai Maria Campaniça
levanta os olhos do chão
que eu quero ver nascer o sol".
E com esta vos desejo bom fim de semana, à "dona" e às visitas deste blog!
apetece como um barco........
jocas maradas de mar
Wind,
:)))
Beijos
Alice,
Lindo, esse final.
Bom fds, também para ti.
Fica bem:)
Su,
Ai o mar?!
Como eu gosto dele...)
jocas maradas
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