O valor da vida.

A propósito de toda a polémica que nos tem envolvido nestes últimos tempos relativamente ao referendo sobre a IVG li um artigo de Isabel Leal no NM que traduz em grande medida o que penso sobre este assunto.
Aqui ficam alguns excertos.

"Calculo que a maioria das pessoas nunca tenha visto um embrião de nenhuma espécie e não consigo, pessoalmente, entender como é que se aplica, ou pode aplicar, os mesmos critérios para um embrião e uma pessoa.
Como é público e notório, a última bandeira dos que defendem que as mulheres deixam de ter direitos sobre o seu próprio corpo no exacto momento em que engravidam, passando a ser corpos socializados, públicos, sujeitos a legislações especiais e a sanções criminais, é o tal de um direito à vida. No caso, o direito à vida dos embriões.
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Pensar-se-ia que a defesa do direito à vida se centraria nos muitos humanos existentes que vivem sem direitos nenhuns. Que existem, sem chegarem a ser, porque sem comida, sem cuidados básicos, sem acesso à mais elementar instrução, se mantêm num limbo de indiferenciação, diferente daquele que costumamos considerar como humano.
Pensar-se-ia que que se defende a vida como direito para todos aqueles que, diariamente, são lançados para guerras que não percebem, são condenadoa à morte precoce como pena mas, também, todos os outros que por viverem em condições descritas como sub-humanas vão sofrendo a vida até a morte chegar.
Mas não, o problema é mesmo com os embriões."