Grito
Cedros, abetos,
pinheiros novos.
O que há no tecto
do céu deserto,
além do grito?
Tudo que é nosso.
São os teus olhos
desmesurados,
lagos enormes, mas concentrados
nos meus sentidos.
Tudo o que é nosso
é excessivo.
E a minha boca
de tão rasgada,
corre-te o corpo
de pólo a pólo,
desfaz-te o colo
de espádua a espádua.
São os teus olhos.
Depois o grito
Cedros, abetos,
pinheiros novos.
É o regresso.
É no silêncio
do outro extremo desta cidade
a tua casa.
É no teu quarto
de novo o grito.
E mais nocturna
do que nunca
a envergadura
das nossas asas.
Punhal de vento,
rosa de espuma:
morre o desejo
nasce a ternura.
Mas que silêncio
na tua casa!
David Mourão-Ferreira
pinheiros novos.
O que há no tecto
do céu deserto,
além do grito?
Tudo que é nosso.
São os teus olhos
desmesurados,
lagos enormes, mas concentrados
nos meus sentidos.
Tudo o que é nosso
é excessivo.
E a minha boca
de tão rasgada,
corre-te o corpo
de pólo a pólo,
desfaz-te o colo
de espádua a espádua.
São os teus olhos.
Depois o grito
Cedros, abetos,
pinheiros novos.
É o regresso.
É no silêncio
do outro extremo desta cidade
a tua casa.
É no teu quarto
de novo o grito.
E mais nocturna
do que nunca
a envergadura
das nossas asas.
Punhal de vento,
rosa de espuma:
morre o desejo
nasce a ternura.
Mas que silêncio
na tua casa!
David Mourão-Ferreira
9 Comments:
Bonito poema. Gostei da conjugação de tão bons excertos literários e pequenas citações com a preocupação do dia-a-dia. E que o céu seja o limite.
Olá,
Para não dizer sempre o mesmo quando pões poemas deste autor, hoje fica só:
:)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Obrigada e um bj.
Delicio-me sempre com DMF:) beijos
É tãooooo bonito!!!
Obrigada :)))))))
bjokas e um bom dia ":o)
Ola Andorinha
Lindo poema lindo mesmo embora David Morão Ferreira não seja o meu mais que tudo esse poema é de facto muito lindo. Obrigada!!!
Abraços e sorrisos
Ana Afonso :)
lindo :)))
e que tal este?
(roubei à minha amiga nataliE)
LETTERA AMOROSA
Respiro o teu corpo
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.
eugénio de andrade
beijinhos
Sofia braga,
Obrigada pelas tuas simpáticas palavras.:)
Os limites serão sempre aqueles que nós quisermos.
Pamina e Wind,
:))))))
Beijinhos
Anna^,
De nada.:)
Beijinhos
Ana afonso,
O David é um dos meus poetas favoritos, gosto imenso dos seus poemas.
Beijinhos
b',
Esse? É lindo, gosto muito também de Eugénio de Andrade.
Beijinhos.
adoro dmf e gritooooooooooooooooooo
jocas maradas per te
Su,
jocas sempre maradas.:)
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