sexta-feira, dezembro 16

Do sexo e do género

Até há uns anos o esquema era simples. Para os meninos azul, para as meninas cor-de-rosa. Para os meninos carros e pistolas, para as meninas bonecas e casinhas. E por aí fora, sempre estimulando diferenças de estar e fazer, diferenças de gosto e habilidades.
Hoje em dia as coisas são um pouco diferentes. Agora que sabemos que homens e mulheres se equivalem no que podem, e querem, ser e fazer, temos de decidir como queremos construir as gerações vindouras. Temos de escolher se treinamos os nossos filhos nas imensas diferenças ou nas enormes semelhanças, se reforçamos estereótipos ou os soltamos, convictos, de que o essencial das pessoas é invisível.

BOM FIM DE SEMANA.:)

11 Comments:

Blogger Lia C said...

E porque é que havemos de ser nós a "construir as gerações vindouras"? Vendo bem, as construções que as gerações anteriores tinham por hábito e preconceito fazer há muito que começaram a ruir... o que quanto a mim só demonstra a imensa capacidade que cada geração tem de traçar a sua própria construção...

Depois, não sei se há receitas. Sendo mãe de 3 crias, sinto que sou mãe de 3 filhos únicos e que o meu papel passa muito por dar a cada um possibilidades "semelhantes" de desenvolver as "imensas diferenças" que lhes dão especificidade... deve ser por isso que quando vejo o foco desta preocupação centrar-se exclusivamente em questões de género fico arrepiada... afinal estamos a soltar os esteriótipos ou apenas a mudar-lhes os conteúdos?

Bjs e bom fds

10:18 da tarde  
Blogger Mitsou said...

A meu ver, o acertado está na tua frase final.
Se eles crescerem assim ensinados, serão seres humanos na verdadeira acepção da palavra.

E agora, sim, deixo-te um beijinho muito doce com votos de Festas Felizes e até para o ano, querida amiga! :)*

5:35 da tarde  
Blogger luis manuel said...

Acredito que o processo de construção não se baseia em receitas, mas que através do nosso comportamento, da maneira como nos colocamos no mundo, não tenho dúvidas que saiem os "tijolos".

Como tenho a certeza que o eesencial invisível está dentro de cada um de nós - humanidade.
Assim saibamos expor as igualdades que nos unem.

Um abraço

6:59 da tarde  
Blogger wind said...

O que interessa é como serão como pessoas, não o que vestem. beijos

10:03 da tarde  
Blogger andorinha said...

lia c,
Cada geração constrói-se, também, a partir da geração anterior.
Receitas não haverá.
Questões de género continuam, quanto a mim, a ser importantes.
É primordial estimular as semelhanças que existem entre os seres humanos (independentemente do género)e não "promover" arificialmente diferenças que à partida não existiriam.
Isto sem descurar, como é evidente, o desenvolvimento da especificidade inerente a cada indivíduo.
Bjs.

Mitsou,
De acordo.:)
Feliz Natal e óptimas entradas em 2006, amiga.
Beijinho doce.:)

Wind,
Penso que a questão é um pouco mais complexa.:)

10:56 da tarde  
Blogger andorinha said...

luís manuel,
Acentuemos então as igualdades.:)
Abraço.

10:58 da tarde  
Blogger Lia C said...

É primordial estimular as semelhanças que existem entre os seres humanos (independentemente do género)e não "promover" arificialmente diferenças que à partida não existiriam.

Desculpa, não percebi... é que "estimular as semelhanças" soa-me a homogeneização, e acredito que não será isso que queres dizer... por outro lado não vejo desvantagem alguma em reconhecer e acarinhar as diferenças... são elas, essas diferenças que nos identificam, que podem dar-nos a noção de semelhança com o outro, porque de facto somos todos iguais enquanto "únicos". E penso que se todos víssemos nas diferenças a coisa mais preciosa de cada um (ou a quase-essência da humanidade) não haveria lugar a "guerras".

O "perigo" de "estimular as semelhanças", quanto a mim, é conseguir aferir a bitola do semelhante que se deve estimular... e normalmente, nomeadamente quando se procura a semelhança entre géneros, essa bitola é regida por valores masculinos - lembro-me, por exemplo, de ter assistido a uma discussão de uma tese de doutoramento sobre a ascenção das mulheres nas carreiras empresariais, na qual a investigadora tinha rejeitado as entrevistas das empresárias que a convidavam para tomar chá ou café enquanto fossem entrevistadas, defendendo que isso denunciava falta de verdadeiro espírito empresarial... faz sentido????... e podia lembrar-me também dos grandes estudos sobre desenvolvimento do julgamento moral...

enfim, desculpa o alongamento...

Beijos e Bom Natal

12:55 da manhã  
Blogger andorinha said...

Lia c,

Alongamentos são sempre bem vindos; além do mais são benéficos para a saúde.:)
Falando a sério: O que eu pretendi dizer com essa frase é que o enfoque não deve ser posto na transmissão de valores e atitudes diferentes perante a vida pelo simples facto de se nascer homem ou mulher. Essa construção é, para mim, artificial no sentido em que é uma construção imposta pela cultura ainda vigente.
"Estimular as semelhanças" não tem a ver com homogeneização, não se pretende criar um conjunto de seres acéfalos, ao fim e ao cabo um conjunto de carneirinhos que pensem e ajam todos segundo os mesmos parâmetros, isso seria "trágico".
As diferenças existem, mas não necessariamente em função do género e muito menos devem ser criadas artificialmente - não existem à partida papéis masculinos e papéis femininos, é este aspecto que eu gostaria de vincar.
Valorizarmos as diferenças que fazem de cada um de nós seres únicos é importante, concordo contigo, mas penso que isso não invalida o que eu disse atrás.
"...porque, de facto, somos todos iguais enquanto únicos."
Sem dúvida, completamente de acordo!

Espero ter sido mais clara desta vez; se achares que não, volta à carga.:)
Beijos.

7:58 da tarde  
Blogger Lia C said...

Bem... mas as diferenças existem também em função do género - e, se calhar, ainda bem... o que me parece grave não é "alimentar" essas diferenças, mas atribuir-lhes valores completamente arbitrários como ainda se usa fazer (e não só em relação ao género, mas tb em relação àquela coisa inexistente que se determinou chamar "raça", ou aos credos, ou ao QI, etc, etc...).

Bjs

12:19 da tarde  
Blogger andorinha said...

Lia c,

Existem diferenças em função do género,claro.
Quanto às "naturais" só nos resta aceitá-las; quanto às instiladas artificialmente pela sociedade devemos rejeitá-las. É a minha opinião.
Bjs

4:44 da tarde  
Blogger Lia C said...

É a minha opinião também: tudo o que é instilado artificialmente deve ser rejeitado. Seja em benefício da diferença ou da semelhança ;)

bjs

10:24 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home